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Será que a avaliação diagnóstica é importante mesmo?

abril 21, 2021 2 min read

Será que a avaliação diagnóstica é importante mesmo?

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Todo começo de ano eu me questiono se o conceito de avaliação diagnóstica não é um tanto superestimado, assim como tantos outros na Educação.

A ideia que você precisa avaliar o estudante em um ponto inicial, e depois novamente em um ponto final, não é nem um pouco diferente de uma fábrica que analisa a matéria prima para depois avaliar o produto pronto. 

A minha grande insatisfação com a avaliação diagnóstica é que eu não consigo colocá-la na minha prática.

Toda vez que vou começar um ano com alguma turma nova, começo com atividades fáceis e vou dificultando conforme o tempo. Como passo muito de mesa em mesa (o que é um problema para mim nessa “volta às aulas” em pandemia), consigo identificar os estudantes com dificuldades e que, eventualmente, vão precisar participar de recuperação paralela.

Exemplo (um pouco bobo, admito):

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No sexto ano do ensino fundamental, um exercício inicial muito simples seria pedir que os estudantes escrevessem os números naturais de 0 a 100. Com toda a experiência que tiveram no ensino fundamental I, esses estudantes fariam isso com facilidade e em pouco tempo, mas é possível que um ou outro pergunte “que número vem depois do 79 mesmo?” ou mostre que ainda tem dificuldade em escrever.

Esses estudantes que apresentassem algum desconforto nesse momento já seriam melhor observados nas atividades seguintes, mais difíceis, com o fim de verificar se as atitudes observadas são ou não evidências de dificuldades de aprendizagem. 

De certa forma, eu faço uma “avaliação diagnóstica” na minha prática, mas eu não tenho paciência de montar uma sequência de atividades e aplicá-la como se fosse uma prova, como a maioria dos professores faz.

Na minha modesta opinião, começar o ano com uma “prova que não vale nota” (dessa forma que os estudantes veem a avaliação diagnóstica) é uma das coisas mais tristes que vivenciei como estudante. Fora que, agora como professor, eu não vejo que vale a pena “diagnosticar” algo que será assunto só na metade do ano. Prefiro começar pelo tema que vou tratar.

A minha insatisfação com a avaliação diagnóstica é, na verdade, um desconforto sobre a grande burocracia que a Educação Brasileira se tornou. O professor brasileiro é mais preocupado em fazer chamada e fechar a nota no dia certo do que ensinar – sua atividade principal. 

Sendo assim, a avaliação diagnóstica pode até ter a definição mais bonita possível no mundo acadêmico, mas na prática ela já foi infectada e se tornou mais uma tarefa burocrática.

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